terça-feira, 25 de outubro de 2011

Filosofia Greco-Romana

A filosofia greco-romana foi a maneira com que os antigos gregos e romanos sistematizaram, nos últimos cinco séculos antes de Cristo, uma forma de conhecimento, um modo de reflexão ou uma teoria da realidade. Esta filosofia pode ser classificada em dois períodos: o cosmológico e o antropológico clássico.



                                            Período cosmológico


Neste estágio primitivo e rural, predominou uma explicação mitológica do universo e da origem das principais significações da realidade. Os mitos gregos são marcadamente concebidos com características semelhantes ao mundo, relações e modos de vida dos homens daquele tempo. Houve entre os gregos uma imensa tradição mitológica oral, que mais tarde foi sistematizado por Homero em suas duas grandes obras: Ilíada e Odisséia. Costuma-se classificar este primeiro período grego (primitivo, rural, tribal e mitológico) como "Tempos Homéricos", abrangendo-se até por volta dos anos 1000 a.C. Este saber mitológico "explicava", para a época e para aquele momento histórico, as principais questões da existência humana, da [natureza] e da sociedade. Explicava a origem dos reis, a própria origem dos homens, a origem do povo grego, das guerras, dos amores, das doenças, enfim, de toda a riqueza de sua cultura. A síntese do mito e a consciência mitológica justificam as estruturas sociais e cimentam as relações de trabalho, parentesco e política entre os gregos. Neste período, entre vários filósofos que buscavam o conhecimento do princípio material da natureza, encontram-se: Anaximandro: Procurava provar que o princípio de tudo resumia-se numa construção espiritual, invisível. Tales de Mileto: Sua filosofia consistia-se em afirmar que a origem de todas as coisas era a água. Demócrito: Para esse filósofo, as substâncias eram compostas de fragmentos invisíveis, aos quais deu o nome de átomos. Demócrito e Leucipo interpretavam o universocomo um ser vazio e que agregava apenas átomos. Esses dois filósofos não diferenciavam a alma das demais substâncias, pois a entendiam como sendo também um átomo. Pitágoras: Defendia opanteísmo, que significa uma relação entre teorias matemáticas e a matempsicose ou seja, a transformação da alma. Pitágoras é considerado um dos mais importantes matemáticos, no âmbito mundial. A geometria teve sua continuidades nos estudos desenvolvidos por ele. Anaxágoras: Acreditava que o Nóus, um espírito, seria o centro do universo e que todas as coisas eram regidas por ele. Heráclito: Via no lógus, uma lei que determinava o desenvolvimento de tudo, a verdadeira transformação dos seres. Anaxímenes: Para esse filósofo, o início de tudo se encontrava no ar que, após ter passado por algumas transformações físicas, teria dado origem à criação. Zenão de Citio: Fundador da escola estóica, cujo ensinamento resumia-se no estudo de uma lei universal, a Natureza. Segundo essa lei, o indivíduo que não se adaptasse às normas de boa conduta e virtude, não teria uma condição satisfatória de vida. Empédocles: Dizia que a terra, o ar, a água e o fogo misturaram-se e deram origem às substâncias. Parmênides e Xenófones: Entendiam o ser como sendo uno; as coisas eram imutáveis, permanentes e não se desenvolviam.


                                         Período antropológico clássico
                                                      
A filosofia, como ciência e atividade humana, no início foi produzida por homens situados em determinados momentos históricos. Nas cidades gregas, aos poucos, a filosofia vai ganhando sua identidade e tomando diferentes funções sociais. A Grécia, após ter passado pela era primitiva, tribal, e pelo período político denominado pólis, que significa cidade-estado, alcançou sua autonomia eindependência. Atenas se sobressai economicamente e consegue elevar a Grécia no âmbito político e cultural. Segundo J.P. Vernant, há uma relação entre o surgimento da filosofia e da cidade-estado. Enquanto na mitologia a filosofia significa o "saber" da Grécia rural, de tradição oral, esparsa e popular, com a instituição da pólis essa filosofia se traduz em uma nova ideologia, uma visão melhor do mundo, mais racional e organizada. Os filósofos deste período, a começar com os sofistas,homens que ganhavem dinheiro, cobravam para ensinar; criaram uma nova temática para a filosofia: O Homem, capaz de conhecer. isto é, ser capaz de dominar conteúdos antes atribuídos ao domínio de deuses.Os filósofos, a começar por Tales de Mileto, passaram pensar, questionar a realidade que os cercava. Passaram a perguntar: por que o Sol aparece no nascente e se põe no poente? Por que acontece o trovão? Será que os acontecimentos da natureza são obra de deuses, ou é possivel encontrar uma explicação racional, natural para tudo o que acontece? A filosofia muda de espaço geográfico, das colônias da região jonica, para o centro cultural de Atenas. Esta mudança causa também a mudança de objeto de pesquisa: passa do questionamento da natureza para o homem. Perguntam, por que o Homem nasce, se desenvolve, cria filhos, envelhece e morre?Há uma mudança de temática: o discurso cosmológico e materialista passa a dar lugar a um discurso moral e político, pois na cidade a convivência humana precisa ser fundamentada, bem como será preciso um modelo de enquadramento social efetivo: a paidéia, o ideal educativo. O período antropológico, com Sócrates, Platão e Aristóteles, coincide com o ponto alto da democracia.

 

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